Erupções de raios gamma

Num dia típico, ocorrem duas a três GRBs no universo observável. Elas acontecem isotropicamente, ou seja, de maneira regular por todo o espaço, o que põe em dúvida a idéia de ocorrerem no interior da Via-Láctea. Se fosse assim faria com que elas aparecessem agrupadas numa certa região do céu, e não é o que acontece, os instrumentos estão captando algo que acontece em todo o Universo.

Os astrônomos que utilizam o XMM-Newton, o observatório de raios-x da ESA(agência espacial européia), estão tentando perceber a causa destas extraordinárias explosões, a partir dos raios-x emitidos durante um dia ou dois após a explosão inicial.

Uma erupção tem uma luminosidade de 10 elevados a 45 watts, 10 elevados a décima nona potência mais brilhante que o Sol. Os quasares considerados muito brilhantes emitem 10 elevados a 40 watts.


As erupções de raios gama mais longas produzem fótons menos energéticos que as curtas. As GRBs curtas também ocorreram em uma variedade maior de galáxias, incluindo as elípticas, onde a formação de estrelas cessou praticamente. Aparentemente elas surgem da fusão de duas estrelas de nêutrons ou entre uma estrela de nêutrons e um buraco negro.


Para cada GRB observável, existiriam 500 invisíveis. Pode existir uma conexão de GRB e Supernovas, mas nem toda supernova podem ser associadas a uma erupção, mas algumas erupções podem ser associadas à supernovas. Essa conexão foi descoberta pela indicação de ferro no espectro de raios X de diversas erupções. Explosões de supernovas sintetizam e lançam átomos de ferro no espaço interestelar. Se esses átomos perdem elétrons e voltam a capturá-lo mais tarde, emitem luz em comprimentos de ondas distintos, que são as linhas de emissão. Ou seja supernovas podem, de vez em quando, lançar jatos de matéria, levando a uma GRB.


Se os jatos estivessem voltados para a Terra, a luz da erupção encobriria a emissão da supernova, se apontassem para outras direções, só a supernova seria visível. Com o jato dirigido para um ponto apenas ligeiramente mais afastado nossa linha de visão seria possível ver ambas.


As erupções de raios gama não são emitidas imediatamente. A liberação inicial de enrgia da explosão é armazenada na energia cinética de uma camada de partículas – “fireball”- que se movimenta perto da velocidade da luz. Entre essas partículas então fótons, elétrons e seu correspondente de antimatéria, os pósitrons. Essa “fireball” aumenta até um diâmetro de entre 10 bilhões e 100 bilhões de km, dimensão em que a densidade dos fótons diminuiu o suficiente para que os raios gama possam passar. A “fireball”, então converte parte de sua energia cinética em radiação eletromagnética, dando origem ás Grbs .


Contudo a evidência do processo implica a seguinte pergunta: O que aconteceu ao espaço circundante de uma GRB? Há alguns anos atrás, alguns astrônomos pensavam que uma GRB poderia exterminar toda a vida de uma galáxia anfitriã. Agora esta parece ser uma visão pessimista porque as últimas evidências mostram que as GRBs concentram a sua energia em dois feixes estreitos, tal como um farol, em vez de explodir em todas as direções como uma bomba. Isto não significa que as GRBs são perigosas. Algumas teorias sugerem que qualquer objeto apanhado pelo feixe, a uma distância de 200 anos-luz, será vaporizado.










fonte:http://www.esa.int/esaCP/index.html
www.sciencedaily.com/releases/2003/09/030923070835.htm - 48k -